Olha, eu até tentei fazer diferente e escrever só no caderno, mas não dá. Aceita, garoto Andrew! Eu sou um escritor e metido a poeta e não consigo muito fácil escrever sem metafísicas. Logo, aqui vai!
Quem somos nós? É a pergunta do Aníbal para solucionar uma questão cênica de ator / manipulador / personagem / boneco. Quando penso nisso me ocorre o filme homônimo que tenta explicar coisas espirituais pela física quântica. A ciência querendo explicar o que a razão já consegue compreender sem matemática. Pois bem. Perguntar quem somos nós me remete à essência das coisas. À quintessência. Seu eu-profundo. Daí não me sai da cabeça a tacada de mestre do Nhofy quando disse que éramos a ESCURIDÃO DA FLORESTA! Caralho! Gênio! Mesmo que eu me debruce sobre a minha própria opinião e a afunile, como pediu o Pacha, para os vegetais da floresta, não fico mais satisfeito. Seria algo realmente mágico as árvores se moverem e estaríamos camuflados para manpular os biombos, como os soldados nos treinamentos de selva. Mas isso deixou de ter o mesmo encanto. Poderíamos ser os animais, ou outros seres e recorro a imagem do Cirque du Soleil para o espetáculo Varekai e a miscelânea de criaturas estranhas. Mas o Aníbal pediu uniformidade. Daí retorno à escuridão. Ela é um elemento presente demais. Quem já não entrou num lugar qualquer e viu nas sombras o que os olhos só veriam na luz? Quem não sentiu um arrepio ao acordar de madrugada e perceber que não há energia elétrica e eu não sei mais pra que lado fica a porta do quarto? Que criança não temeu o escuro como uma entidade real e faminta onde mora o Bicho-papão (na verdade ele mora nos armários e guarda-roupas!), a Cuca e o Homem do Saco? Mas a escuridão também protege e aninha e é ela que nos recebe quando ficamos chateados e nos trancamos no quarto, ou que atiça nosso sistema nervoso para liberar substâncias calmantes para uma boa noite de sono (para os que têm boas noites de sono!).
A escuridão resolve ainda cenicamente a questão da manipulação dos bonecos pelo básico, do básico, do básico da roupa preta. Só que com alguma magia que neste espetáculo é imprescindível.
Quem somos nós? Somos pedaços de negrume, de noite, de sombra. Criaturas escuras e silenciosas que conduzem os mortais ao sono, ao sonho e, por que não, perto da morte? Mas aqui a morte da realidade, pra que surja um mundo de encantarias nada tolas.
De tudo o que rolou no ensaio, principalmente a sempre grata atividade musical com o Cabrali – que ainda não foi de todo e por todos reconhecida como imprescindível para a harmonia do espetáculo –, ficou essa fala do Nhofy: somos a escuridão da floresta.
É isso que somos. Assim como o canto do Uirapuru que ele e a Laíla criaram e que já impregnou na minha cabeça, isso também já é: SOMOS A ESCURIDÃO DA FLORESTA!
Beijos escuros e noturnos,
HUDSON ANDRADE
03 de março de 2009 AD
Quem somos nós? É a pergunta do Aníbal para solucionar uma questão cênica de ator / manipulador / personagem / boneco. Quando penso nisso me ocorre o filme homônimo que tenta explicar coisas espirituais pela física quântica. A ciência querendo explicar o que a razão já consegue compreender sem matemática. Pois bem. Perguntar quem somos nós me remete à essência das coisas. À quintessência. Seu eu-profundo. Daí não me sai da cabeça a tacada de mestre do Nhofy quando disse que éramos a ESCURIDÃO DA FLORESTA! Caralho! Gênio! Mesmo que eu me debruce sobre a minha própria opinião e a afunile, como pediu o Pacha, para os vegetais da floresta, não fico mais satisfeito. Seria algo realmente mágico as árvores se moverem e estaríamos camuflados para manpular os biombos, como os soldados nos treinamentos de selva. Mas isso deixou de ter o mesmo encanto. Poderíamos ser os animais, ou outros seres e recorro a imagem do Cirque du Soleil para o espetáculo Varekai e a miscelânea de criaturas estranhas. Mas o Aníbal pediu uniformidade. Daí retorno à escuridão. Ela é um elemento presente demais. Quem já não entrou num lugar qualquer e viu nas sombras o que os olhos só veriam na luz? Quem não sentiu um arrepio ao acordar de madrugada e perceber que não há energia elétrica e eu não sei mais pra que lado fica a porta do quarto? Que criança não temeu o escuro como uma entidade real e faminta onde mora o Bicho-papão (na verdade ele mora nos armários e guarda-roupas!), a Cuca e o Homem do Saco? Mas a escuridão também protege e aninha e é ela que nos recebe quando ficamos chateados e nos trancamos no quarto, ou que atiça nosso sistema nervoso para liberar substâncias calmantes para uma boa noite de sono (para os que têm boas noites de sono!).
A escuridão resolve ainda cenicamente a questão da manipulação dos bonecos pelo básico, do básico, do básico da roupa preta. Só que com alguma magia que neste espetáculo é imprescindível.
Quem somos nós? Somos pedaços de negrume, de noite, de sombra. Criaturas escuras e silenciosas que conduzem os mortais ao sono, ao sonho e, por que não, perto da morte? Mas aqui a morte da realidade, pra que surja um mundo de encantarias nada tolas.
De tudo o que rolou no ensaio, principalmente a sempre grata atividade musical com o Cabrali – que ainda não foi de todo e por todos reconhecida como imprescindível para a harmonia do espetáculo –, ficou essa fala do Nhofy: somos a escuridão da floresta.
É isso que somos. Assim como o canto do Uirapuru que ele e a Laíla criaram e que já impregnou na minha cabeça, isso também já é: SOMOS A ESCURIDÃO DA FLORESTA!
Beijos escuros e noturnos,
HUDSON ANDRADE
03 de março de 2009 AD
16h19
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