quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

COMO ESTÁ A REBIMBOCA DA PARAFUSETA?












“O presente é tão grande, não nos afastemos.Não nos afastemos muito, vamos de mãos dadas.”
(Carlos Drummond de Andrade)

Processo iniciado, atores em seus postos, músicos em suas posições, iluminadora à bordo, técnicos no convés, o diretor já está no leme e lá vamos nós outr(os)a vez. Só falta checar a rebimboca da parafuseta[1]. É isso mesmo, hoje estavamos procurando palavras chaves para dar o tom das cenas e adjacências, e não pude deixar de perceber a discreta fumaça que saia de nossas cabeças. Não, não fumaça de cuca fundida, ou pelo menos ainda não. Era apenas a chaminé da embarcação sinalizando que está a todo vapor. É notável entre os integrantes deste processo aquilo que alguns chamam de química, interação, molho especial... enfim, a rebimboca da parafuseta. Aquele elemento que não líquido e muito menos certo, mas quando se faz presente, Tupã seja louvado, nos poupa certas dores de cabeça (mas não desanimem que existem outras).
Já visualizo que personagens me interessam e minha cabeça faz um ruido ensurdecedor (glen glen glen glen glen), são os meus parafusos soltos em polvorosa. Ouvi um ruído semelhante vindo das cabeças de meus companheiros, não precisam disfarçar, entendo perfeitamente sobre parafusos soltos, eles são do bem. Agora, muita hora nessa calma, que ainda falta suarmos muito para levantar o Uirapuru, não nos precipitemos, relaxa e goza. Apesar dos hábitos alimentares do Haníbal Pacha ele está nos conduzindo de forma segura. No mais posso dizer que “Nossa bagagem já está a bordo, e eu já comprei o óleo, o bálsamo, e um pouquinho de aquavita. O barco é bom, muito bom, e o vento está soprando da terra para o mar”
[2]. Ah, e a rebimboca da parafuseta, eu mesmo chequei, está tudo em ordem.



JOÃO LUCAS
08 de fevereiro de 2009 AD


[1] Rebimboca da parafuseta é uma expressão corrente em certas regiões do Brasil para designar uma peça qualquer, cujo nome ou função não são conhecidos, do motor de um automóvel ou de qualquer outra máquina. Além do desconhecimento técnico de quem a profere, a expressão geralmente também denota desdém pela complexidade do equipamento no qual a peça está inserida. Um certo desinteresse em descobrir sua real função ou seu nome correto (fonte: wikipédia).
[2] SHAKESPEARE, William; A comédia dos erros; idiossincrasia nósoutrense.

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