terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

TUA ALMA, TUA PALMA...


Reconhece-se a árvore pelo seu fruto.
Dentro de cada fruto existe uma floresta inteira.
“Get into the groove so you got to prove your love to me.”
A M O R - - - - - - - - - R A M O
onde pousas tu que fugiste da minha gaiola por um buraquinho e eu gostava tanto de ti, bichinho! Hoje falamos tanto de saudade e melancolia e eu fui me reconhecendo e então me questionando porque e depois me preocupando se eu tinha construído uma fábula algo sombria e oferecido isso aos pequenos que quase não sabem nada de tristezas e perdas.
“Cantam uns e choram outros. Triste sina de quem ama.” E o meu eu-Manduca perde o seu amor conseguido por artes de encantaria e que talvez por isso nem seja de fato amor, ou talvez a magia só aconteça porque lá no fundo existe uma semente que só espera o terreno certo pra poder brotar. E cabe a nós tanto o suor da lavoura, quanto o prazer da colheita. O problema é a fome que faz o Manduca trocar o banquete da Jacira pela comidinha da Caninana; que faz a Caninana se consumir em desejos de desforra; nós em abocanhar o texto todo quando o que interessa é uma cena; o Cabrali já visualizar um todo quando só temos um naco. Fome que faz até a gente cair de barriga no chão. E haja macaco!!!

Saudade, pagamento, escolha, tensão, aventura, transformação e de novo escolha. Assim ficaram definidas as palavras da cena 3. A encenação pode escolher levar o texto como quiser. O público pode escolher receber essa história como quiser. O Manduca pode escolher pela esquerda, ou pela direita desse braço de rio e pode escolher ainda nenhum dos dois e voltar e voltando ser diferente do que era quando decidiu ir atrás do Uirapuru Mandingueiro.
E nós escolhemos estar aqui e escolhemos fazer teatro e escolhemos entre pão com queijo e biscoito com banana e ir, ficar, doar-se,negar e isso e aquilo e se fosse simples não seríamos gente e não sendo gente não nos encantaríamos e então não poderíamos ficar pra sempre nesse mundo paralelo que mostra o outro como ele é,ou gostaria de ser, ou odiaria ser.
Mas somos feitos do mesmo estofo que todo mundo, apenas escolhemos nos permitir e produzir frutos conforme a árvore e desses frutos espalhar sementes de uma floresta inteira.

Fitobeijos para todos.
HUDSON ANDRADE
09 de fevereiro de 2009 AD
15h50

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