Venho – a algumas dias – acompanhando o crescimento/desenvolvimento de uma montagem cênico-teatral intitulada “O Uirapuru”; na qual figuro como diretor de palco para o grupo que está montando o espetáculo: a Companhia Teatral Nós Outros.
Bem, feita minha identificação e a contextualização de minha presença, vamos ao evento que me fez escrever isto; com um pequeno prólogo introdutório:
Aníbal Pacha, diretor do espetáculo, pede a todos os participantes do processo – que quiserem – que escrevam sobre suas impressões e expectativas sobre o desenrolar da montagem.
Este é meu primeiro – e muito possivelmente o único – escrito que farei em esta função.
O motriz foi uma pergunta que Aníbal fez: “Como você está se sentindo dentro do processo?”
A resposta dada no momento precisa ser justificada e esclarecida; não que os presentes não me tenham entendido, mas por uma necessidade minha de ser explícito (e terei que fazer um anexo a esta folha) em minhas proposições.
Eu disse que foi uma boa pergunta, porque eu nunca havia parado pra pensar sobre isto. Eu apenas acompanho o processo, sigo como uma espécie de ‘passageiro’. É o meu senso de transitoriedade.
Como disse no momento em que respondi; sei que o parágrafo acima – minha resposta – soa muito mal, então preciso (ao menos tentar) esclarecer as coisas.
Nunca parei pra pensar em como me sinto dentro do processo simplesmente porque NÃO me importo com o que sinto.
Estou dentro do processo, sou parte dele, e a consciência deste fato é TUDO que preciso.
Mesmo minha função – diretor de palco – é uma função mecanicista, então não vejo necessidade de desenvolver uma perspectiva emocional sobre o espetáculo.
Minha condição de passageiro do processo é clara: fui convidado por Hudson (pelo que sou grato) para integrar a equipe de trabalho da montagem; não sou parte da Companhia e isto me faculta um distanciamento do andamento do crescimento e desenvolvimento da encenação; enquanto eu tento pressupor o desenrolar técnico do mesmo (luz, som, cenário e afins); pois é com isto que irei lidar e lidarei enquanto for convidado a fazer isto.
Por conta da ótica por mim utilizada para interagir com as outras coisas e elementos deste (e de todos) os processos é que me auto-classifico como GENÉRICO.
Mas caso queiram saber como me sinto em relação ao processo: digo que sinto-me muito bem, obrigado! Não tenho que me queixar – a não ser, talvez, o Lucas... (ANEXO)
Não sou interessado em sentir-me, apenas em conscientizar-me das facetas do processo – de todos os processos dos quais sou convidado a tomar parte. E, justamente por ser convidado, sei que minha participação é transitória. E a consciência de minha transitoriedade; de meu constante “Memento Mori”, é o que impede-me de desenvolver uma abordagem sentimental e/ou emocional dos processos.
Estas mesmas conscientizações são que me embargam... Por isto este é o meu primeiro – e único – escrito sobre “sentir-me” e o processo.
Não que não nutre expectativas, ou tenha anseios em relação ao “O Uirapuru”. Possuo as mesmas que todos os outros participantes: “Que voe, mesmo com escamas”; “Que nos encante”. E outros que não lembro; frases que são metáforas para o desejo concreto de que o espetáculo seja e tenha um sucesso retumbante, reverberante; ecoando pelos quatro ventos.
E, embora eu nutra as mesmas expectativas e anseios, os guardo comigo; principalmente por não sentir necessidade de externá-los. Afinal minha função não tem/possui abertura para tal abordagem.
Pergunta: “Copo meio cheio, ou copo meio vazio?”
Minha Resposta: “Metade é sempre metade.
FRANK COSTA
Bem, feita minha identificação e a contextualização de minha presença, vamos ao evento que me fez escrever isto; com um pequeno prólogo introdutório:
Aníbal Pacha, diretor do espetáculo, pede a todos os participantes do processo – que quiserem – que escrevam sobre suas impressões e expectativas sobre o desenrolar da montagem.
Este é meu primeiro – e muito possivelmente o único – escrito que farei em esta função.
O motriz foi uma pergunta que Aníbal fez: “Como você está se sentindo dentro do processo?”
A resposta dada no momento precisa ser justificada e esclarecida; não que os presentes não me tenham entendido, mas por uma necessidade minha de ser explícito (e terei que fazer um anexo a esta folha) em minhas proposições.
Eu disse que foi uma boa pergunta, porque eu nunca havia parado pra pensar sobre isto. Eu apenas acompanho o processo, sigo como uma espécie de ‘passageiro’. É o meu senso de transitoriedade.
Como disse no momento em que respondi; sei que o parágrafo acima – minha resposta – soa muito mal, então preciso (ao menos tentar) esclarecer as coisas.
Nunca parei pra pensar em como me sinto dentro do processo simplesmente porque NÃO me importo com o que sinto.
Estou dentro do processo, sou parte dele, e a consciência deste fato é TUDO que preciso.
Mesmo minha função – diretor de palco – é uma função mecanicista, então não vejo necessidade de desenvolver uma perspectiva emocional sobre o espetáculo.
Minha condição de passageiro do processo é clara: fui convidado por Hudson (pelo que sou grato) para integrar a equipe de trabalho da montagem; não sou parte da Companhia e isto me faculta um distanciamento do andamento do crescimento e desenvolvimento da encenação; enquanto eu tento pressupor o desenrolar técnico do mesmo (luz, som, cenário e afins); pois é com isto que irei lidar e lidarei enquanto for convidado a fazer isto.
Por conta da ótica por mim utilizada para interagir com as outras coisas e elementos deste (e de todos) os processos é que me auto-classifico como GENÉRICO.
Mas caso queiram saber como me sinto em relação ao processo: digo que sinto-me muito bem, obrigado! Não tenho que me queixar – a não ser, talvez, o Lucas... (ANEXO)
Não sou interessado em sentir-me, apenas em conscientizar-me das facetas do processo – de todos os processos dos quais sou convidado a tomar parte. E, justamente por ser convidado, sei que minha participação é transitória. E a consciência de minha transitoriedade; de meu constante “Memento Mori”, é o que impede-me de desenvolver uma abordagem sentimental e/ou emocional dos processos.
Estas mesmas conscientizações são que me embargam... Por isto este é o meu primeiro – e único – escrito sobre “sentir-me” e o processo.
Não que não nutre expectativas, ou tenha anseios em relação ao “O Uirapuru”. Possuo as mesmas que todos os outros participantes: “Que voe, mesmo com escamas”; “Que nos encante”. E outros que não lembro; frases que são metáforas para o desejo concreto de que o espetáculo seja e tenha um sucesso retumbante, reverberante; ecoando pelos quatro ventos.
E, embora eu nutra as mesmas expectativas e anseios, os guardo comigo; principalmente por não sentir necessidade de externá-los. Afinal minha função não tem/possui abertura para tal abordagem.
Pergunta: “Copo meio cheio, ou copo meio vazio?”
Minha Resposta: “Metade é sempre metade.
FRANK COSTA
Pensei seriamente que não irias publicar o texto, uma vez que ele é diretamente "oposto" ao conjunto da obra escrita pelos outros. É um texto frio - beirando a antipatia - fruto mais da minha neurose do que de qualquer outra coisa.
ResponderExcluirMas já que resolveste publicar; agradeço!!