terça-feira, 17 de fevereiro de 2009


Tarde de quarta (11/02/2009)

Enquanto organizava alguns materiais esta tarde em meu quarto, encontrei um envelope de cor amarela e me lembrei que havia sido presenteada por um amigo dias atrás com uma mensagem. Mensagem esta que trata de uma certa “comunidade emocional”. Diante dela muitas coisas me remeteram à montagem de “O uirapuru”, porque trata das mesmas questões que estamos passando:


Sentimento
Criatividade
Aprendizagem
Emoções
Companheirismo
Um com o outro
Coexistindo

Anexado à mensagem veio um artigo de Ítala Nandi intitulado “Quem somos nós?” e acho interessante reproduzi-lo aqui. Afinal, QUEM SOMOS NÓS?

“A alma deseja habitar no corpo porque, sem os membros do corpo, ela não pode agir sem sentir”
- Leonardo da Vinci

Se para nos situarmos nas circunstâncias dos personagens temos de perguntar sempre: Onde? Por quê? Quando? O que quer? – precisamos também descobrir: Quem somos nós? De onde viemos? Para onde vamos?
O ator pode saber todas as técnicas, conhecer todas as teorias e histórias das artes humanas, pode estar muito preparado fisicamente, vocalmente, intelectualmente, mas nada disso valerá de nada se o ator não entregar a sua alma, a sua energia, para que a personagem adquira vida.
Como em todos os jogos há regras, no jogo do teatro se pede que o ator tenha ardor mas que não perca a razão. A razão precisa estar presente, é ela que vai investigar sobre o personagem e vai permitir uma interpretação ardorosa e ao mesmo tempo consciente.
Diz um pensamento Tao: “Para nos tornarmos diferentes do que somos devemos ter alguma consciência do que somos!”
Conhecer-se a si mesmo é válido para todos mas, principalmente, para o ator, porque sem se conhecer o ator terá fôlego curto, mas se ele desejar ser um intérprete de verdade, com raízes mais profundas, consciente da força social dessa importante profissão, sagrada profissão, responsável, libertária e liberadora, ele estará liberto para reger sua vida por meio do conhecimento, estudo que terá de durar toda sua vida. A profissão de ator pode ser comparada a um sacerdócio dedicado ao jogo lúdico, ao prazer e à paixão. Por isso mesmo ele deve ser muito bem remunerado por exercer profissão tão complexa.
Existem alunos que não querem se abrir, que é difícil para ele criar, porque se sentem violentado se mostrar sua emoção. Dizem assim: “Professora, ainda não estou preparado, na próxima aula eu faço”. Ou eles são preguiçosos e não trabalham sozinhos, ou têm medo de violentar suas emoções, de expressar mais do que a ocasião ou a circunstância pedem. Têm medo do que pensam deles, e não se expõem, isso é bem comum entre iniciantes. Para ser ator você não pode dar ouvidos ao que dizem de você.
Se você abafar seus sentimentos por muito tempo, acabará por perdê-los. E é preciso saber de uma vez por todas que atuar dói, mesmo atuando na comédia – dói e não há como evitar essa dor, mas é uma dor diferente, ela é prazerosa, orgástica.
Ao final de um bom espetáculo nos sentimos como se estivéssemos passado por uma orgia, um bacanal coletivo.

Respeitosamente, Mary Ferreira.

P.S.: Amanhã teremos exercício com corda balão e bola. Sabe Deus o que vai acontecer.

P.S. do P.S.: Talvez a gente “brinque” hehehe! de taco, pira-bola?! Hehehe!

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