sábado, 28 de fevereiro de 2009


Já andei três dias e três noites pelo mato sem parar...
Essa foi à experiência que tive quando tinha uns 20 anos na ilha das onças quando estive lá para apresentar um espetáculo de acrobacia e é essa experiência que gostaria de ter com essa montagem do uirapuru, sensação de estar perdido na mata, mas agora com parceiros e bagagens diferentes, bagagens de bolsa, mala, de palco e o mais importante bagagem de alma.
É com esta alma cheia, curiosa e tecnicamente trabalhada que vamos adentrar nesse universo paralelo, nessa mata cheia de surpresas, de mãos dadas e olhos bem abertos para não perder absolutamente nada nem aquelas duas passagens do possível curupira que Neto me mostrou no celular lá de Santo Antonio do Tauá.
Agora vamos a segunda parte do meu plano, quer dizer do meu escrito.
O Uirapuru de Hudson Andrade.
Dar vida a um boneco é sempre muito trabalhoso e difícil, mas depois que se pega o jeito é prazeroso demais.
Ver aquele material inanimado ganhando gestos, andando, falando, rindo, ganhando anima e virando um material animado é super gratificante.
O processo do Aníbal é diferente dos que já participei. Construir tudo no nosso corpo e depois transpor essas descobertas para o boneco e vê-lo ganhar vida precisa de escuta, respeito, disciplina, objetividade e estar disponível e quando se consegue tudo isso realmente o boneco parece ter vida própria e chega a ser gente, gente mesmo! Dessas que tem nome, sobrenome, idade, sexo, família e até uma vida antes daquela que o autor escreveu no texto, com presente, passado e ate futuro.
Eita que esse bichinho é pai d’egua.

CLECIANO CARDOSO

18 de fevereiro de 2009 AD

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